18/07/2024 17:17 - Fonte: Assessoria de Comunicação - Arpen/PR
No coração de Curitiba, um centenário é celebrado em 2024 com reverência e gratidão pela contribuição artística que marcou gerações. Napoleon Potyguara Lazzarotto, ou Poty Lazarotto, um dos mais renomados artistas paranaenses, completaria 100 anos este ano, deixando um legado inigualável não apenas para sua terra natal, mas para todo o Brasil. Desenhista, gravurista, ceramista e muralista, sua trajetória não se limita apenas às telas e murais, mas também à influência cultural que exerceu sobre o Paraná, com sua identidade visual e o patrimônio artístico que nos deixou.
Nascido em 1924 em Curitiba, Poty foi registrado no 1º Registro Civil de Curitiba, o cartório mais antigo do Paraná, que registra 148 anos de história da população da capital paranaense. Com registros que datam do século XIX, a serventia conta com um acervo de mais de um milhão de atos registrados, incluindo até mesmo registros de escravos, considerados bens pertencentes às pessoas na época.
Desde cedo, Poty destacou-se por sua habilidade única em mesclar arte contemporânea com elementos tradicionais brasileiros. Suas obras refletem sua conexão com as raízes culturais do Paraná, seu compromisso com a inovação e suas experiências artísticas.
O artista iniciou sua carreira em 1938, com 14 anos de idade, quando publicou no jornal Diário da Tarde a história "Haroldo, o Homem Relâmpago", em seis capítulos. Ao longo de sua vida, trabalhou principalmente com desenhos, gravuras, murais, serigrafia e litografia.
Suas obras podem ser vistas em diversos locais públicos de Curitiba, como os painéis do pórtico do Teatro Guaíra, no saguão do Aeroporto Afonso Pena, na Praça 29 de Março, na Praça 19 de Dezembro e na torre da Telepar. Além de Curitiba, ele executou diversos murais, como o da Casa do Brasil, em Paris (1950), e o painel para o Memorial da América Latina, em São Paulo (1988), tornando-se um dos maiores nomes brasileiros nessa arte.
A importância de Poty vai além das barreiras da arte: ele foi um defensor incansável do patrimônio histórico e cultural paranaense. Suas obras, marcadas por cores vibrantes e temas que retratam a diversidade cultural do Brasil, fazem parte de espaços públicos e privados por todo o estado. Murais como os da Universidade Federal do Paraná e da Capela Santa Maria demonstram seu compromisso com a preservação da memória coletiva.
A memória de Poty também está ligada aos cartórios de uma forma peculiar. Além dos registros comuns a todos os cidadãos – nascimento, casamento e morte – o Cartório Cajuru, localizado na Avenida Presidente Affonso Camargo, 763, Curitiba/PR, foi o terreno onde nasceu e cresceu o artista. Dentro do cartório, existe uma réplica da casa original da família com muitas obras expostas.
Para marcar o centenário de Poty Lazarotto, diversas homenagens foram organizadas no Paraná. Exposições sobre sua história foram montadas em museus e galerias, reunindo algumas das obras mais emblemáticas do artista. Um exemplo é a exposição “Trilhos e Traços – Poty 100 anos”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), com curadoria de Maria José Justino e Fabricio Va Nunes. Além disso, iniciativas de educação cultural foram promovidas, visando apresentar seu legado para as novas gerações e inspirar futuros artistas.