Confira entrevista do Irpen/PR com uma figura tão importante para que o casamento civil aconteça

Depois de um período marcado por restrições que também atingiram os casamentos no registro civil, os dados mostram que no Paraná as celebrações têm retomado e de forma aquecida, mais casamentos estão sendo realizados e para que isso aconteça, algumas figuras são principais, e não apenas os noivos.

Na hora do casamento civil, para compor todo o cenário, uma figura indissociável para que a união aconteça perante a lei é o juiz de paz, responsável por oficializar o casamento nos cartórios de registro civil e também por verificar os procedimentos e documentos relativos à habilitação para que o casamento aconteça.

No Paraná, a nomeação para juiz de paz é feita pelo presidente do Tribunal de Justiça do estado, por indicação do registrador titular de cada cartório de registro civil. De acordo com essa indicação, a pessoa escolhida precisa necessariamente seguir alguns requisitos, como: ter cidadania brasileira, além de maioridade civil; ter domicílio e residência na sede do distrito ou da comarca; escolaridade correspondente ao segundo grau; ter bons antecedentes e não ser filiado a partido político. 

Pensando em conhecer de perto a realidade de um profissional desta área, tão importante para o registro civil, o Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR) entrevistou João Milani Tomacheski, juiz de paz da comarca de Colombo, na região Metropolitana de Curitiba.

Confira a entrevista completa:

Irpen/PR – Como ingressou na atividade e se tornou um juiz de paz?

João Milani Tomacheski – Em 2001 recebi o convite da dra. Mila, juíza do fórum de Colombo, para substituir o juiz Alfredo Wanke, por conta de seu falecimento. Ele havia sido juiz de paz por 50 anos.

Para mim foi uma honra, pois estava realizando um sonho em poder unir as pessoas, pois havia estudado para ser padre, mas acabei deixando o seminário, então como juiz de paz poderia realizar os casamentos.

Aceitei na maior felicidade sabendo que teria responsabilidade para serem seguidas a partir daquele dia.

Irpen/PR – Quais são as responsabilidades de um juiz de paz?

João Milani Tomacheski – A principal responsabilidade é realizar o casamento na forma da lei. Um trabalho em conjunto com o cartório, de verificar o processo de habilitação, para que tudo aconteça de forma legal. 

Irpen/PR – Para você, qual a importância do casamento civil?

João Milani Tomacheski – A maior importância é unir as pessoas na forma da lei, dar a garantia para os cônjuges sempre no interesse do casal, em formar uma família a partir dali.

Irpen/PR – Qual é o sentimento por poder oficializar tantos casamentos?

João Milani Tomacheski – O maior sentimento é ver alegria dos noivos e muitas vezes dos filhos em ver seus pais se casarem, assumindo suas responsabilidades perante a lei.

Irpen/PR – Qual o momento mais marcante de sua carreira?

João Milani Tomacheski – Para mim, muitos momentos são marcantes nestes 21 anos de profissão, mas cito alguns, como os casamentos comunitários. É muito importante ver essas uniões acontecerem, além de receber o agradecimento dos casais e de seus filhos.

Em outros momentos precisei ser forte, como na ocasião da minha separação, tendo 12 casamentos para realizar no mesmo dia. O que falar para os casais neste momento? Nesta hora precisei respirar e ser profissional, demonstrando responsabilidade e respeito para com os casais.

Um outro fato marcante foi realizar o primeiro casamento homoafetivo de Colombo e o 13º terceiro do Paraná.

Irpen/PR – O que aconselha para quem sonha em atuar nesta profissão?

João Milani Tomacheski – O conselho que dou é gostar daquilo que faz, ter responsabilidade, ter tempo, disponibilidade e, sobretudo, saber que o valor que recebe é muito pouco pela responsabilidade que exerce.