São Paulo – A Unicef, o braço da
Organização das Nações Unidas que monitora a situação da infância no mundo,
divulgou recentemente um relatório impactante sobre o
casamento infantil e que trouxe à tona previsões desastrosas, especialmente para as meninas na
África.
Até 2050, mostrou o estudo, se nada for feito para mudar esse panorama, o número de mulheres adultas que se casaram ainda na infância atingirá a marca de 310 milhões.
De acordo com a entidade, a lentidão na redução da taxa deste tipo de união associada ao crescimento demográfico acelerado no continente são os fatores responsáveis por esse número assustador.
A tarefa de redução desse fenômeno promete não ser nada fácil. De acordo com um
estudo conduzido pela Unicef em 2005 e que investigou as origens desse problema, o casamento infantil é visto como culturalmente aceito em muitas tribos do continente. A pobreza é outro fator determinante desse retrato, já que muitas famílias acabam enxergando nos casamentos uma forma de renda.
Os efeitos dessa prática são nefastos. Ainda nessa pesquisa, a Unicef constatou que a maioria das esposas casadas na infância ou adolescência estão mais expostas à violência doméstica, a maioria delas não conhece métodos contraceptivos e muitas sequer sabem como se proteger de doenças e estão particularmente vulneráveis a serem infectadas pelo HIV.
O panorama desse problema é sombrio. No infográfico abaixo, EXAME.com mostra alguns dos números que comprovam a gravidade dos casamentos infantis.