05/01/2016 10:13 - Fonte:
O projeto Irpen na Comunidade tem a missão de levar cidadania a todos os cidadãos paranaenses, porém a equipe tem se deparado com situações comoventes, nas quais os noivos estão impossibilitados de comparecerem nas cerimônias do Dia do Sim, como foram os casos de Ana Cláudia da Silva e Roberto Marques de Lima, e Fernanda Garcia Gonçalves e Walter de Jesus Dutra.
Ana e Roberto viviam em união estável há dois anos e sempre sonharam em casar-se, porém nos últimos três meses um empecilho maior apareceu em suas vidas: Roberto foi detido na Delegacia de Polícia do município de Campina da Lagoa. Com a realização do Dia do Sim na cidade, Ana procurou a Oficial de Registro Civil da cidade e pediu para participar do projeto. Comovida com a história, a registradora Cecília Lunardelli da Silva atendeu ao pedido da noiva e, junto com a equipe do Irpen na Comunidade e um juiz de paz, foi até a delegacia celebrar o matrimônio na noite do último dia 26, logo após a realização do casamento coletivo da cidade.
Prestes a ser libertado após ter pago sua dívida com a justiça, o noivo afirmou que além de marcar um recomeço, o ato foi a concretização de um antigo sonho ao lado da mãe de seu filho. “Não tenho nem palavras para explicar o que estou sentindo, o meu sonho foi finalmente realizado”, declarou Roberto.
Para a diretora do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Paraná (Irpen-PR), Elisabete Vedovatto, a ação do projeto influenciará em muito o futuro do jovem casal. “O objetivo do nosso projeto é levar a cidadania onde for necessário. Temos certeza que após nossa ida na delegacia, esse jovem, que terá liberdade dentro de alguns dias, dará outro rumo à sua vida, ao lado de sua linda esposa e seu filho”, destacou.
Já o casal Fernanda e Walter haviam se inscrito para participar do Dia do Sim em Campo Mourão, que foi realizado na tarde da última quinta-feira (27.08), porém Walter foi acometido por uma pneumonia e precisou ficar internado na Santa Casa da cidade. Ao saber da história, a oficial de registro Civil de Campo Mourão, Ana Maria Colledan, o juiz de direito Edson Jacobucci Rueda Junior e a equipe do Irpen na Comunidade foram até o hospital realizar o casamento. Para a noiva, o casamento é um compromisso que deve ser cumprido independentemente da situação. “Quero me casar mesmo ele estando doente, pois o casamento tem que durar na saúde e na doença. Ele não pôde vir até mim, então vim até ele”, declarou a Fernanda. Para Walter, o casamento foi uma surpresa. “Pensei que iria fazer mais um exame, mas quando cheguei aqui, encontrei-a me esperando para nos casarmos”, afirmou o noivo.
O presidente do Irpen-PR, Arion Toledo Cavalheiro Jr, declarou que a equipe do projeto não mede esforços para ajudar as pessoas a regularizem suas situações perante a justiça. “Independentemente da situação jurídica de uma pessoa, nesses casos específicos, uma doente e outra detida, o que importa é darmos a eles direito à cidadania, além de segurança jurídica a relação já existente”, concluiu.